Informativo
Tese analisa os impactos sobre a economia brasileira decorrentes do redirecionamento intersetorial do investimento direto estrangeiro na indústria brasileira
A tese intitulada “O redirecionamento intersetorial do investimento direto estrangeiro na indústria brasileira: impactos sobre a economia nacional”, de autoria do estudante Breno Augusto da Silva e Silva e orientada pelo Prof. Antônio Carvalho Campos, foi defendida em 28 de junho de 2013 no programa de pós graduação em Economia Aplicada da UFV.
O investimento direto estrangeiro (IDE) tem crescido, sobretudo nos países emergentes, e o setor no qual ele é aplicado pode ser determinante para o fomento da produção, emprego e renda. No Brasil, especificamente, o setor de manufaturados tem perdido participação relativa nos investimentos destinados ao país, o que pode constituir um dos entraves a um maior desenvolvimento da economia nacional. A tese teve como objetivo verificar se o redirecionamento do IDE para setores-chave da indústria brasileira seria capaz de resultar na expansão da economia nacional e em uma maior competitividade internacional, contribuindo, assim, para o equilíbrio externo da economia nacional.
Para a realização dos choques setoriais e de simulação, utilizou-se o modelo de Equilíbrio Geral GTAPinGAMS, sob a pressuposição de retornos constantes à escala. As simulações de choques de 10% de IDE, em atividades selecionadas da indústria de manufaturados, apresentaram os seguintes resultados: que o setor vencedor como maior contribuição ao valor bruto da produção foi a indústria química (média-alta tecnologia), em termos de maiores ganhos da economia e próprio setor; que a indústria de metálicos (média-baixa tecnologia) foi a que mais contribuiu para o crescimento das exportações, em termos do próprio setor e de ganhos para economia; e, no que se refere às importações, destacaram-se indústria do petróleo (média-baixa tecnologia), como aquele que menos eleva as importações da economia e a indústria química (média-alta tecnologia) como a que menos eleva importações do próprio setor. Em termos da contribuição para o equilíbrio externo, destacam-se: a indústria de alimentos (baixa tecnologia) como o setor que mais elevou o saldo da balança comercial da economia e a indústria de metálicos (média-baixa tecnologia) como a que mais elevou o saldo da sua própria balança comercial. O maior ganho de bem-estar, proporcionado à economia, em termos de variação equivalente, ocorreu com o choque de investimentos diretos na indústria química (média-alta tecnologia). Assim, os resultados mostram que choques de IDE em atividades setoriais de diferentes conteúdos tecnológicos podem gerar resultados positivos para a economia nacional e que, mesmo sob a pressupossição de retornos constantes à escala, alguns setores industriais de média-baixa e média-alta tecnologia conseguiram superar os resultados obtidos pelos setores menos intensivos em tecnologia. (Public. em 24/06/2013)
Fonte: Breno Augusto da Silva e Silva