Informativo
Estudante do Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada defende tese intitulada “Mudanças climáticas e desigualdade de renda: qual é o papel das despesas familiares?”
A tese intitulada “Mudanças climáticas e desigualdade de renda: qual é o papel das despesas familiares?” de autoria da discente Elizângela Aparecida dos Santos, orientada pelo professor Dênis Antônio da Cunha, foi defendida no dia 27 de fevereiro de 2023 no Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada do Departamento de Economia Rural (DER) da Universidade Federal de Viçosa (UFV). A banca examinadora foi composta pelos seguintes membros: Dênis Antônio da Cunha (Universidade Federal de Viçosa), Leonardo Chaves Borges Cardoso (Universidade Federal de Viçosa), Guilherme Fonseca Travassos (University of Illinois at Urbana-Champaign), Thiago Costa Soares (Universidade Federal de Juiz de Fora), Linda Márcia Mendes Delazeri (Autônoma) e Elena Beatriz Piedra Bonilla (Universidad Ecotec).
A pesquisa analisou a relação entre renda das famílias brasileiras e emissões domésticas de gases de efeito estufa (GEE). Especificamente, foram avaliados quais bens e serviços de consumo apresentam maior carga poluidora e como as emissões se comportam mediante redistribuição de renda.
Os principais resultados demonstraram que as emissões médias das famílias brasileiras diminuíram 41% entre 2009 e 2018. As inovações tecnológicas ocorridas foram extremante importantes para conter o crescimento das emissões domésticas. As cestas das famílias brasileiras, em média, ficaram menos intensivas em poluentes. As emissões domésticas estão ligadas principalmente ao consumo de alimentos e transportes. No entanto, o crescimento da renda em si proporciona aumento das emissões domésticas, principalmente nas classes mais baixas. Porém, à medida que a renda cresce, as emissões aumentam menos que proporcionalmente.
A pesquisa também demonstrou que há grande desigualdade de emissões devido, principalmente, à desigualdade de renda. Assim, as estimativas sugerem que é necessário combater a desigualdade renda de forma ampla, para assim minimizar as emissões via consumo. O país tem condições de melhorar a vida das famílias mais pobres, reduzindo a desigualdade de renda e mitigando as mudanças climáticas. A busca pelo desenvolvimento sustentável só é possível quando o crescimento econômico inclusivo é conciliado à conservação ambiental e ao desenvolvimento humano. E como destacado pelas metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), erradicar a pobreza e a desigualdade de renda devem estar em consonância com o combate as emissões de poluentes, sendo de grande relevância para futuras discussões de políticas públicas e ações de enfrentamento das mudanças climáticas.
