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Tese de PPGEA analisa o impacto da agricultura de baixo carbono no Brasil

A tese “Impacts of low-carbon Agriculture in Brazil: a CGE application” de autoria do estudante Cicero Zanetti de Lima, orientado pelo Prof. Erly Cardoso Teixeira e co-orientado pelo Prof. Angelo Costa Gurgel (EESP/FGV) foi defendida no dia 22 de Agosto de 2017 no Programa de Pós-graduação em Economia Aplicada. Além da comissão orientadora, a banca foi composta por Dênis Antônio da Cunha (DER/UFV), Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho (ESALQ/USP), Marcos Heil Costa (DEA/UFV) e Mei Yuan (JPSPGC/MIT).

A tese avalia os impactos econômicos e de mudança no uso da terra decorrentes da meta de recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas e aumento de 4 milhões de hectares nos sistemas de integração lavoura-pecuária (iLP) e/ou lavoura-pecuária-floresta (iLPF). Tais ações são parte do Plano setorial da Agricultura de baixo carbono (Plano ABC) da Política Nacional de Mudanças Climáticas.

Sob diferentes cenários e utilizando um inovador modelo de equilíbrio geral computável os resultados indicam que a associação da recuperação de pastagem e os sistemas integrados de produção intensificam a produção agrícola (soja e milho), bem como a produção pecuária implicando no efeito poupador de terra em nível agregado. Há redução na pressão que a atividade de pecuária promove sobre as áreas naturais e florestas. Ao mesmo tempo, há queda das áreas destinadas às culturas, e aumento das áreas de florestas plantadas.

Entretanto, nas regiões Centro-Oeste e Norte – fronteira agrícola – as áreas de pastagens crescem mais do que as áreas recuperadas, sendo que parte das áreas de culturas são convertidas para pasto de boa qualidade e, ao mesmo tempo há redução das áreas naturais e de florestas. Nas regiões Sudeste e Sul essas pastagens aumentam menos do que a área de pastagens recuperadas, o que significa que parte das pastagens boas são convertidas em áreas de culturas ou em florestas e áreas de vegetação secundária.

Em termos de custo econômico, o modelo indica que para o atingimento das metas do Plano ABC referentes a recuperação de pastagens e sistemas integrados seriam necessários cerca de R$ 39 bilhões (valores nominais de 2009), valor inferior aos projetados no lançamento do Plano ABC (cerca de R$ 37 bilhões para recuperação de pastagens e R$ 57 bilhões para iLP e iLPF). Por fim, Lima destaca que considerando somente os aspectos econômicos do Plano ABC e a permanência do ritmo observado de adoção do crédito do Programa ABC, as metas do setor para 2020 no âmbito da Política Nacional de Mudança do Clima não serão atingidas.

Cicero Zanetti de Lima


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