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Tese do programa de Economia Aplicada discute a relação entre crescimento econômico, desenvolvimento financeiro, e transferência de recursos via intermediação financeira no Brasil.

A tese “Crescimento Econômico, Desenvolvimento Financeiro e Transferência de Recursos Via Intermediação Financeira: a experiência brasileira” de autoria do doutorando Filipe de Morais Cangussu Pessoa, orientada pelo professor Marcelo José Braga, foi defendida no dia 24 de agosto de 2015 no programa de pós-graduação em Economia Aplicada. De acordo com o estudo realizado no primeiro capítulo da tese, o nível de desenvolvimento dos estados brasileiros tem papel importante para a determinação do efeito que o desenvolvimento financeiro exerce sobre o crescimento econômico. Neste sentido, estados que apresentam baixos níveis de desenvolvimento (preponderantemente estados das regiões norte e nordeste) apresentam um impacto pequeno do desenvolvimento financeiro sobre o crescimento econômico, o oposto ocorrendo para estados com alto nível de desenvolvimento. Tal resultado indica que políticas de fomento ao desenvolvimento financeiro como forma de alavancar o crescimento econômico, devem levar em consideração tais efeitos heterogêneos.  O segundo capítulo destaca como a atuação da intermediação financeira exerce impacto sobre a dinâmica regional de transferência de recursos financeiros entre os estados brasileiros. Os resultados mostram que há um canal de transmissão entre o Índice de Preferência de Liquidez Bancário (IPLB) e o vazamento de recursos por meio da intermediação financeira, no sentido de que choques sobre o IPLB aumentam o vazamento de recursos e tal efeito é predominante em estados das regiões Norte e Nordeste. Ademais, tal efeito se mostrou presente em termos espaciais, em que os estados são capazes de afetar seus vizinhos e são afetados por estes. Desta forma, têm-se três fatos que delineiam o paradigma atual da experiência brasileira. O primeiro é que o desenvolvimento financeiro só tem impacto sobre o crescimento econômico quando se atinge um patamar intermediário a elevado de desenvolvimento, e que as regiões Nordeste e Norte aí não se inserem. O segundo é que a atuação da intermediação financeira drena recursos financeiros dessas regiões para regiões mais desenvolvidas em termos de nível de renda e desenvolvimento financeiro. E, por fim, a ocorrência desses dois fatos delineiam um terceiro, o qual consiste em um ciclo vicioso, em que a atuação da intermediação financeira ajuda a manter níveis baixos de desenvolvimento financeiro nessas regiões, e esses níveis baixos de desenvolvimento não geram impacto significativo sobre o crescimento econômico.

Fonte: Filipe de Morais Cangussu Pessoa


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